Levando o amor a todas as pessoas
Crianças da Igreja Perseguida: A Simplicidade da fé
18/06/2010 15:34
A importância dos pequeninos, ressaltada ao longo das Escrituras, encontra sua maior expressão na boca de Jesus, ao dizer: “Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele.”
(Mc 10.14-15). Quando entramos em contato com crianças, nos achamos em uma via de mão dupla. Por um lado, precisamos delas para moldar nossa fé. Por outro, elas precisam de nós para permanecer na mesma fé. Muitas lições podem ser retiradas a partir do texto acima. Ressaltaremos aqui duas. Seqüestro e martírio Primeiro: a criança é dependente. É necessário que alguém cuide dela, providenciando-lhe alimento, abrigo, educação e atenção emocional. No contexto da fala de Jesus, as crianças não vão até Cristo por conta própria. Elas são levadas por seus pais. Ser dependente significa que a criança não tem condições de cuidar de si mesma. É uma lição essencial para quem deseja habitar no Reino de Deus: saber que Ele, o Rei e Pai, é quem cuida de nós, e não nós mesmos. Uma verdade que sabemos bem quando crianças, mas que acabamos esquecendo ao crescer e “assumi” o controle da nossa vida. No contexto da Igreja Perseguida, depender de Deus é a regra. Em alguns países islâmicos, como no Paquistão e no Egito, garotas cristãs são seqüestradas, estupradas e convertidas à força ao islamismo. Uma vez muçulmanas, não podem mais voltar à guarda de seus pais, pois a lei não permite que um cristão tenha a guarda de um muçulmano. As meninas? São escravas da família que as seqüestrou. De quem elas dependem, nessas circunstâncias? Na Colômbia, não são poucos os casos de crianças raptadas pelas guerrilhas e grupos militares. Elas são transformadas em escravas sexuais e em pequenos soldados. A quem vão recorrer nessas condições? Infelizmente, o isolamento a que essas crianças são submetidas nos impede de saber as respostas. Outras crianças não são vítimas diretas da perseguição. São os filhos daqueles feitos mártires e prisioneiros por causa da fé em Cristo. Sua situação, que já é triste, fica pior se o alvo da perseguição tiver sido o pai. Nas sociedades orientais, geralmente o homem é o mantenedor da casa. E quase nunca a mulher está preparada para assumir as responsabilidades que o marido deixou. Não são poucas as famílias que se aproximam da miséria. É verdadeira a afirmação de que a Igreja está sempre apenas a uma geração de se extinguir. Entretanto, nunca tivemos notícia, até hoje, de algum filho de mártir que tenha se rebelado contra Deus por causa da morte de seu pai. Ouvimos, sim, sobre lágrimas, tristeza e até traumas causados pela perda. Mas, quando o luto passa, colhem-se os frutos fertilizados testemunho do mártir. Geralmente, os filhos querem ser corajosos como seus pais um dia foram. A Igreja em extinção Segundo: a criança é indefesa. Nesse episódio com os discípulos, Jesus se levantou para proteger os pequenos. Foi ele quem falou em nome das crianças, uma vez que elas não têm condições de falar por si mesmas. Quando olhamos para as crianças de toda a Igreja, devemo-nos sentir responsáveis por elas e protegê-las, como o Mestre fez. Há pelo menos duas razões para isso: Em primeiro lugar, porque é dever do cristão, como parte do Corpo, zelar por ele. Somos ensinados, pela Palavra, a exortarmo-nos mutuamente. Não é raro excluirmos as crianças desse tipo de atividade. Como vimos elas têm algo a nos ensinar, e suas ações singelas servem de exortação aos cristãos de todas as idades. Em segundo lugar, as crianças ainda são o futuro da Igreja. É verdadeira a afirmação de que a Igreja está sempre apenas a uma geração de se extinguir. É da atual Igreja a responsabilidade de deixar sucessores. E, pensando nas implicações universais que isso tem, concluímos que, em algumas regiões do planeta a Igreja corre um risco maior de vir a se extinguir! A esperança é realmente investir nas crianças. Fonte: Revista Portas Abertas – Edição Outubro de 2008.
Edição e Analise: Projeto Amigos de Oração
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